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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Jesualdo Ferreira garante que os seus jogadores não vão facilitar em Guimarães

O técnico do F.C. Porto não admite dúvidas quanto à atitude que se espera dos dragões no próximo domingo.

Com o tricampeonato já garantido virtualmente, Jesualdo Ferreira nem quer ouvir falar em facilidades para ajudar o V. Guimarães a cimentar o segundo lugar.

"Tivemos sempre uma presença séria durante a época. Eu exijo, os meus jogadores exigem e o F.C. Porto exige que seja respeitado tudo o que foi feito até agora e que não sejamos ligados a interesses de outros", afirmou, deixando o aviso aos vimaranenses: "Vamos provar isso no domingo".

A mensagem que Jesualdo passou no balneário é, portanto, de vitória, porque "Essa é a nossa forma de estar no F.C. Porto: jogar sempre para ganhar e conquistar cada vez mais. A prática deu-nos razão. Não fomos demagogos nem fantasistas", garantiu.

Acerca de Lisandro, que persegue uma marca de golos histórica, o técnico afiançou: "Ele luta por um registo individual, mas a equipa é sensível a isso e é assim que eu quero".


Falando de marcas, são várias as que o F.C. Porto ainda pode bater esta época e Jesualdo Ferreira lembra que são precisamente esses os factores de motivação da equipa: "Em casa queremos ganhar sem sofrer golos. Temos 22 vitórias e queremos alcançar 25. Podemos também alcançar o maior número de pontos conquistados na segunda volta".

Por falar em segunda volta, a do ano passado foi recordada por Jesualdo Ferreira que garantiu que "os exemplos maus são importantes para corrigir os erros. Conhecemo-nos melhor e, acima de tudo, o volume de trabalho é maior. Era só o que faltava se este ano não fossemos melhores".

Sobre o adversário, o professor sabe que vai ter pela frente "a equipa mais regular das que lutam pelo segundo lugar", mas recusa a comparação entre a maneira de jogar de ambas as equipas: "Nenhuma equipa é parecida com o F.C. Porto".

Jesualdo rejeitou ainda quaisquer comparações entre o V. Guimarães e o Benfica: "Se vai ser mais ou menos difícil, veremos no fim. Sei é que vai ser um clima diferente. O jogo é em Guimarães e a estrutura emocional diferente altera o contexto de emotividade. Logo..."


Por Catarina Pereira, jornalista "Mais Futebol"

Foto: Estela Silva, fotojornlista "Lusa"

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Apito Dourado": Pinto da Costa e Carolina Salgado vão estar frente-a-frente

Pinto da Costa e Carolina Salgado vão estar frente-a-frente no dia 14 de Maio no Tribunal de Gondomar para uma acareação solicitada pelo Ministério Público e que o juiz aceitou.

O procurador Gonçalo Silva justificou a diligência com as "notórias contradições" entre os depoimentos das testemunhas.

Pinto da Costa confirmou esta tarde em tribunal que "nunca" almoçou ou jantou, em simultâneo, com o ex-presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa, com Carolina Salgado e Valentim Loureiro.

"Nunca, nem nesse restaurante [Degrau Chá] nem em nenhum". Refeições "com essa senhora" e com os arguidos, ao mesmo tempo, "nunca" aconteceram, insistiu.

Mais adiante acrescentou: "Quando digo que nunca almoçámos a quatro, também posso dizer que nunca almoçamos a três".


A defesa de Pinto de Sousa, que arrolara Pinto da Costa como testemunha, obteve a mesma resposta negativa quando o MP confrontou o líder portista com as declarações de Carolina Salgado sobre conversas em que os arguidos e o presidente do F.C. Porto discutiriam as arbitragens do Gondomar Sport Clube.

"Se nunca existiram esses jantares ou almoços com essas pessoas nunca poderão ter existido as conversas", atirou a testemunha, para logo de seguida acrescentar: "Há quilómetros de fitas gravadas com telefonemas e nunca o nome do Gondomar aparece referido. É dos poucos clubes a quem o F.C. Porto nunca emprestou jogadores".

"Até acho ridículo que [Valentim Loureiro] precisasse de mim para interferir com o Gondomar", numa alusão ao facto de o autarca "estar mais vezes com o senhor Pinto de Sousa" do que ele próprio.

Carolina "até poderia ter dito que apanharam o Bin Laden ou o que quer que fosse, porque só diz mentiras", ironizou.


Recorde-se que a 13 de Março, a autora de "Eu, Carolina" reiterou em Tribunal que Pinto da Costa, Valentim Loureiro e Pinto de Sousa mantinham encontros frequentes no restaurante portuense "Degrau Chá", propriedade do autarca de Gondomar, em que discutiam a escolha de árbitros mais favoráveis ao Gondomar Sport Clube.

Na versão de Carolina, Valentim pedia a Pinto da Costa "Vê lá se falas ao Zé", numa alusão ao antigo presidente do CA da Federação. O autarca de Gondomar justificaria os pedidos com um "aqueles gajos portam-se mal", referindo-se aos árbitros.

A antiga companheira do líder portista assegurou que "falavam de árbitros", embora não se recordasse dos nomes. Registou o tom geral das conversas, mas desconhece um caso específico de jogos com árbitros escolhidos.


Por Cláudia Rosenbusch, jornalista "Mais Futebol"

domingo, 20 de abril de 2008

Liga BWin: Jesualdo Ferreira chama 18 jogadores para o encontro com o Benfica

Depois de ter chamado os 22 jogadores disponíveis para os encontros com o V. Setúbal, o treinador do F.C. Porto, Jesualdo Ferreira, decidiu convocar apenas 18 atletas para o jogo com o Benfica, hoje às 20h30 no Estádio do Dragão.

Assim sendo, foram "riscados" os nomes de Adriano e Helder Barbosa (ambos avançados) João Paulo (Defesa) e o jovem Ventura (Médio).

Continuam indisponíveis Castro e Cech (que ontem realizaram treino condicionado) e ainda Rabiola, que foi operado recentemente ao joelho direito.


Lista de Convocados:

Guarda-redes: Helton e Nuno

Defesas: Bosingwa, Bruno Alves, Fucile, Lino, Pedro Emanuel e Stepanov

Médios: Bolatti, Kazmierczak, Lucho González, Paulo Assunção, Raul Meireles, Mariano Gonzalez, Ricardo Quaresma e Lisandro Lopez

Avançados: Farías e Tarik.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Fucile diz que vinte e um pontos de vantagem reflectem diferença entre FCP e SLB

Vinte e um pontos separam o F.C. Porto do Benfica e, a poucos dias do clássico no Dragão, Fucile explicou por que os portistas conseguiram atingir uma vantagem tão dilatada.

"Acho que os pontos reflectem a diferença entre as duas equipas. Fomos mais regulares, perdemos menos jogos, aproveitámos o facto de sermos melhores em casa e somos uns justos vencedores.", começou por referir o uruguaio.

Fucile insistiu na ideia de que os portistas não podem relaxar, perante o facto de os encarnados terem perdido por 3-5 em Alvalade, depois de terem estado a vencer (2-0).

O lateral avisou que a euforia, pela eventual fragilidade das águias, tem de ser contida: "Se pensamos numa goleada? Nunca. Temos de disputar o jogo, como tem de ser. Não há que empolar muito, há é tentar ganhar."


Jorge Fucile admitiu que ainda não conversou com os compatriotas Maxi Pereira e Cristian Rodríguez, mas vai "falar mais tarde seguramente. Como sempre, desejamos boa sorte uns aos outros e veremos quem vai ganhar. É verdade que, até agora, tenho ficado a rir mais vezes."


Por Catarina Pereira, jornalista "Mais Futebol"

terça-feira, 15 de abril de 2008

F.C. Porto derrota V.Setúbal com uma exibição de Lucho

O F.C. Porto está na Final da Taça de Portugal, após ter derrotado, esta noite, o V. Setúbal por 3-0, em jogo disputado no Estádio do Bonfim.

A equipa de Jesualdo Ferreira abriu o marcador aos 37 minutos, por intermédio de Lisandro Lopez (com a ajuda do vitoriano Jorginho), ampliou a vantagem aos 51 minutos, com um golo de Lucho González, que viria a fechar a contagem aos 60 minutos.

Com este resultado, podemos então afirmar que o F.C. Porto fez uma exibição de Lucho, ou então que "dançou" ao ritmo do Tango argentino.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"

domingo, 13 de abril de 2008

Quaresma abandona treino devido a lesão mas está apto para o jogo com o V. Setúbal

O F.C. Porto regressou ao trabalho poucas horas após o triunfo no reduto do Vitória de Setúbal (1-2), na 26ª Jornada da Bwin Liga.

Os "dragões" jogam de novo no Estádio do Bonfim, já na próxima terça-feira, disputando o acesso à final da Taça de Portugal. Como tal, a comitiva portista concentrou-se em Palmela e treinou esta manhã no kartódromo local.

Ricardo Quaresma participou nos primeiros quinze minutos do treino mas saiu entretanto, devido a uma contusão no pé esquerdo, lesão que não o coloca em causa para o embate com os sadinos. Hélton continua a trabalhar de forma condicionada e está em dúvida.

Castro, Cech e Rabiola não viajaram com a comitiva, devido a lesão, enquanto Leandro Lima e Bruno Moraes também ficaram na Invicta, uma vez que o Médio espera a resolução do seu caso pelas instâncias desportivas e o Avançado não está inscrito.

Numa sessão ligeira, marcada pela boa disposição, o plantel do F.C. Porto recuperou do desgaste da véspera e começou a preparar o jogo das Meias-Finais da Taça de Portugal. Aliás, na parte final do treino, vários jogadores dedicaram alguns minutos à marcação de Grandes Penalidades.

Lucho González e Lisandro López, dois dos marcadores habituais, já tinham regressado aos balneários, mas restavam Bruno Alves e outros, como Tarik. O marroquino falhou um castigo máximo, tal como Farías e Hélder Barbosa, mas redimiu-se logo depois, marcando "à Panenka" e provocando a gargalhada geral.

Pedro Emanuel, João Paulo e Raul Meireles também testaram a pontaria junto dos companheiros.


Por Luís Pedro Ferreira, jornalista "Mais Futebol"

F.C. Porto vence no Bonfim e consolida liderança da Liga BWin

O F.C. Porto venceu, ontem, o V. Setúbal no Estádio do Bonfim por 2-1, em jogo a contar para a 26ª Jornada da Liga BWin.

Os "dragões", que aos 30 minutos já venciam por 2-0, chegaram à preciosa vantagem através de dois belos remates dos argentinos Lisandro Lopez (22º golo na Liga portuguesa) e Mariano González.

O Vitória ainda reduziu por intermédio de Hugo, e foi a melhor equipa na 2ª parte, mas de nada valeu, já que os 3 pontos voaram direitinhos para o Dragão.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"

Foto: O Jogo

sábado, 5 de abril de 2008

F.C. Porto pode conquistar hoje o seu segundo tri-campeonato

Pinto da Costa tinha feito três anos há apenas um dia quando, a 29 de Dezembro de 1940, o FC Porto perdeu no Lumiar com o Sporting por 5-1, assinalando com um mau resultado o primeiro passo na frustrada tentativa de conquista daquele que, até muito recentemente, foi o grande sonho do clube: o tricampeonato nacional de futebol.

Os tempos eram difíceis para o emblema azul e branco, porque a recuperação da colectividade, feita por um homem que bem podia ser considerado ao mesmo tempo antecessor e inspirador da acção do actual presidente, assentava na guerra sem quartel aos poderes de Lisboa, corporizados por Benfica, Sporting e Belenenses. E Ângelo César, na altura líder do FC Porto, foi mesmo irradiado antes de ver a equipa "azul e branca" perder para os "leões" aquele que seria o seu terceiro campeonato consecutivo.

O tricampeonato que o FC Porto vai conquistar esta época, com ou sem efeitos do Apito Dourado, é o segundo na história do clube, depois daquele ganho entre 1994 e 1997 - que se prolongaria até se transformar em "penta" em 1999.

Mas em outras tantas ocasiões os "dragões" estiveram à beira de o garantir (entre 1938 e 1941 e entre 1977 e 1980), sempre com um duro antagonismo com a capital a servir-lhes de estratégia e com alianças mais ou menos evidentes entre os clubes de Lisboa para os contrariar.

O auge desta política de confronto foi mesmo a final da Taça de Portugal de 1980, quando depois de perder aquele que também seria o seu terceiro título nacional consecutivo para o Sporting, o FC Porto viu os adeptos leoninos unirem-se aos benfiquistas para o apoio à equipa de Mário Wilson no jogo do Jamor, ganho pelo Benfica por 1-0.Na altura, Pedroto e Pinto da Costa não resistiram à erosão e foram forçados a sair.

A história do primeiro quase-tri do FC Porto começa em Setembro de 1938, numa grave crise financeira.Para acabar com ela chega à presidência Ângelo César, que começa por tomar medidas de austeridade - revê salários em baixa, perde jogadores, acaba com os prémios no Regional, limita os do Nacional às vitórias e passa a promover o regresso da equipa ao Norte logo após os jogos em Lisboa, dessa forma evitando ter de pagar mais uma noite de hotel.

Mas o FC Porto foi na mesma campeão Regional e, em Janeiro de 1939, ganhou na primeira jornada do Nacional, ao Sporting, campeão de Lisboa. E chegou ao último dia com dois pontos de avanço sobre os dois rivais de Lisboa. O calendário ditava para esse 23 de Abril um FC Porto-Benfica na Constituição, com os portistas a precisarem de empatar e o Benfica a ter de ganhar.

Empataram, mas os jornais de Lisboa acusaram o árbitro de anular um golo legal aos "encarnados" no último minuto.

Estava incendiado o rastilho que levaria a um ano de guerras. Logo após o jogo, o Benfica cortou relações com o FC Porto.

E em Junho, depois de ganhar por 6-1 aos "encarnados" na primeira Mão das Meias-Finais da Taça de Portugal, o FC Porto cedeu em Lisboa, onde dos 60m aos 75m deixou que o resultado se ampliasse de 2-0 para uns catastróficos 6-0. Nessa altura, incitados pelo presidente, os jogadores abandonaram o campo.

O ambiente era de grande efervescência e, no Campeonato Regional que se seguiu às férias, isso viu-se. Cinco jogadores portistas foram expulsos e um lesionou-se num jogo com o Académico, levando o árbitro a dar a partida por terminada aos 43 minutos e a punir os "azuis e brancos" com derrota.

O FC Porto protestou, a associação ordenou a repetição da partida, na qual os campeões ganharam por 1-0, assegurando a revalidação do título.

Só que a Federação Portuguesa de Futebol anulou a decisão e voltou a tirar os pontos ao FC Porto, que assim caía para a terceira posição e não se qualificava sequer para disputar o Nacional.

Foi preciso alargar a prova para doze equipas para que os campeões pudessem iniciar um campeonato de amplo domínio: ganharam 17 dos 18 jogos, perdendo apenas com o Sporting, a asseguraram o título com dois pontos de avanço sobre os "leões", ganhando na última jornada ao Benfica.

O pior estava, contudo, para vir: na sequência das suas acções no abandono de campo na Taça de Portugal, das suas palavras acerca do jogo com o Académico no regional e das acusações à FPF de favorecer os clubes de Lisboa, o presidente Ângelo César foi irradiado. Sucedeu-lhe Augusto Pires de Lima, figura-grada do regime. E, embora tenha recuperado o título regional, o FC Porto viu a perseguição ao tri nacional esbarrar em derrotas com o Sporting e o Benfica.

Os "leões" ganharam o campeonato e o FC Porto entrou numa travessia do deserto - dois títulos nacionais entre 1941 e 1977 - de que só Pinto da Costa e Pedroto o haveriam de resgatar.

Foi quando o então director do departamento de Futebol e o treinador se decidiram a acabar com o trauma que levava a equipa a perder assim que passava a ponte sobre o Douro e abriram guerra aos poderes de Lisboa, focalizando atenções no inimigo exterior e na contestação às arbitragens - inventando expressões como o "roubo de igreja". "O critério de nomeação dos árbitros, se não é uma palhaçada, é o quê?", disparava Pinto da Costa no Verão de 1977, antes de um campeonato disputadíssimo, ganho ao Benfica de Mortimore - que não perdeu um único jogo - graças a uma melhor diferença de golos.

E como 1978/79 voltou a premiar o FC Porto, desta vez campeão com um ponto de avanço sobre o Benfica, o clube voltou a tentar o tri-campeonato em 1979/80. Os portistas andaram muito tempo na frente e, a quatro jornadas do fim, empataram a uma bola em casa com o Sporting (graças a um penalti muito discutido pelos "leões", a 15 minutos do fim), mantendo um ponto de avanço.

Nessa altura, convencidos de que o título não fugiria, mandaram fazer relógios e T-Shirts a celebrar o tri-campeonato. Saíram-lhe furadas as contas.

Na antepenúltima jornada, a equipa de Pedroto não foi além de um empate na Póvoa de Varzim, cedendo a liderança devido à vitória do Sporting sobre o Beira Mar.

E na semana seguinte, a deslocação dos "leões" a Guimarães, na qual Pedroto depositava muitas esperanças, acabou com vitória lisboeta por 1-0, graças ao já famoso autogolo de Manaca.

Ganhando à U. Leiria na última jornada, o Sporting voltou a frustrar a conquista do tri que o FC Porto só haveria de obter em 1997, depois da saída de Pinto da Costa e do seu regresso, como presidente. Mas sempre com a mesma estratégia.


Por António Tadeia, jornalista "DN"

Fotos: O Jogo