O F.C. Porto imitou o Sporting e não foi além de um empate a zero com o Marítimo, em jogo a contar para a 12ª Jornada da Liga Sagres, disputado esta noite no Estádio do Dragão.
Os portistas têm agora um ponto de vantagem sobre os "leões", e um de desvantagem sobre o Benfica, mas os "encarnados" só amanhã é que disputam a partida desta ronda.
Crónica do Jogo:Com a liderança da Liga Sagres no horizonte, o F.C. Porto entrou a todo o gás, obrigando a defesa maritimista a aplicar-se a fundo desde o primeiro minuto.
No quarto-de-hora inicial os "dragões" tiveram uma mão cheia de oportunidades, que não deram em golo, porque o guarda-redes do Marítimo, Marcos, estava atento e ia afastando o perigo.
A partir dos 20 minutos, os "azuis e brancos" tiveram que baixar o ritmo de jogo, pois era impossível jogar a "altas rotações" durante muito mais tempo.
Aí a equipa madeirense cresceu, e lentamente ia empurrando o F.C. Porto para perto da área de Helton, que gritava constantemente com os seus colegas da defesa.
Aos 38 minutos, um livre directo a favor do Marítimo quase dava o primeiro golo do jogo, mas João Guilherme teve "arte e engenho" para enviar a bola à barra da baliza.
Lentamente o F.C. Porto ia caindo de produção, enquanto a equipa de Lori Sandri ia "levando a água ao seu moínho".
No início da segunda parte, o treinador brasileiro tirou Bruno Fogaça e colocou em campo Djalma, numa clara tentativa de dar mais velocidade ao ataque madeirense.
Mas quem entrou melhor foi o F.C. Porto, que durante o intervalo deve ter percebido que só impondo um ritmo de jogo elevado é que conseguia superar o adversário.
Rápido, rápido, a equipa de Jesualdo Ferreira até actuou, mas a pontaria estava tão desafinada, que Marcos e os seus companheiros iam resolvendo os lances sem grandes complicações.
Aproveitando o frio que se fazia sentir no Dragão e o menor acerto do adversário, o Marítimo "congelou" o jogo, não permitindo que o F.C. Porto atacasse.
Vendo que a situação estava complicada, o técnico portista lança para o ataque tudo o que tinha, fazendo entrar Ernesto Fárias para o lugar do esgotado Raúl Meireles.
Os últimos 15 minutos foram de intenso domínio da equipa "azul e branca" que procurava desesperadamente o golo da vitória.
Com toda a equipa portista (à excepção de Helton) no meio-campo ofensivo, Lori Sandri teve uma ideia, e lançou no jogo o rapidíssimo Manú, para por "em sentido" a equipa adversária.
E, de facto, o angolano ainda teve duas hipóteses para marcar, mas Bruno Alves e Fernando conseguiram afastar o perigo da baliza de Helton.
Já nos descontos, o F.C. Porto quase fazia a festa da vitória, depois de Hulk ter rematado, a bola ter tabelado em Fárias, e em cima da linha de golo ter sido afastada por Van der Linden.
Depois do pontapé de baliza, o árbitro manda interromper o jogo e mostra o cartão vermelho directo a Miguelito, talvez por palavras, já que o jogador maritimista ia a caminhar lentamente para o seu meio-campo.
No último lance da partida, Bruno Alves quase marca de cabeça, mas choca com o guarda-redes do Marítimo, ficando a sangrar da boca e do nariz.
Duarte Gomes marca pontapé de baliza e apita para o final da partida, deixando os adeptos portistas muito exaltados; alguns até se juntaram perto do túnel de acesso aos balneários, para pedirem "explicações", e tiveram que ser afastados pela polícia, para o árbitro poder sair do campo em segurança.
Uma última nota para um lance meio cómico que aconteceu durante a primeira parte: Jesualdo Ferreira dava indicações aos seus jogadores, quando foi autenticamente atropelado pelo árbitro auxiliar que vinha com o "turbo ligado". Ambos foram parar ao chão, mas ninguém ficou irritado, pelo menos aparentemente, já que apresentavam um rasgado sorriso na face.
Jornalista: João Miguel PereiraFoto: João Abreu Miranda, fotojornalista "EPA"